9 de mar. de 2007

Cento e Cinqüenta e Seis

Então chegou o 9 de março. Agora, que ele já está indo embora, dá pra dizer sem parecer piegas que sou um apaixonado por Joinville. Muitos dizem que vai ser difícil encontrar povo mais frio que o daqui, que a cidade é sem graça, que chove demais, que é chata demais e que é agradável de menos. O que eu sei sobre Joinville não é muito. Mas é tudo que eu sei. Porque tudo que eu sei eu aprendi aqui. Foi aqui que chorei pela primeira vez, também foi onde fiz meu primeiro gol. E o último também. Foi onde aprendi a escrever, onde conheci meus melhores amigos. Onde estão todos os inimigos que eu não criei. Foi onde beijei a primeira e a última menina. Foi em Joinville que eu conheci ídolos, que eu cultivei uma rede de contatos. Aprendi a ver princesas na cidade dos príncipes, que nunca recebeu um príncipe. Em Joinville eu fui o que eu era, e virei o que eu sou.
Os mais maledicentes vão me chamar de provinciano, vão me acusar de ter um pensamento pequeno e de não conhecer - nem saber - que tem um mundo pra lá da Serra Dona Francisca, e que do alto do Mirante do Boa Vista não dá, não, pra ver o mundo inteiro. O que eu sei de Joinville é que não foi a cidade que eu escolhi pra viver. Simplesmente nasci daqui, sou daqui, e desejo nunca na minha vida ter de negar que eu vim do nordeste. Do nordeste de Santa Catarina. Da cidade mais bonita do mundo. Que tem as mulheres mais lindas do mundo. E que tem o poder de apaixonar.
Joinville não é a minha cidade. Joinville é a minha vida. É muito provável que eu não more aqui pra sempre. Mas nunca vou embora daqui. Pois até onde eu for - mesmo que não caiba - vou levar desde a curva do arroz até o posto de Garuva no meu coração. E que desde o mais longínqüo arrozal do Vila Nova até o último grão de areia da Vigorelli, toda Joinville, sua terra e seu povo, vão viver na minha memória pra sempre.
Parabéns para a minha cidade. Parabéns para a minha Joinville.

Um comentário:

Fran Hellmann disse...

Tá aí... gostei!

Eu também sou, por assim dizer, provinciana!
Tenho sim, milhões de críticas a esta cidade, mas também gosto muito dela... no meu caso, um caso atípico, não consigo nunca deixá-la, já fui embora algumas vezes, tentei ir outras, mas sempre, como um elástico, algo me puxa novamente... estranho? destino? Pode ser...

Beijo!