14 de mar. de 2007


0 - Zero à esquerda

Acabo de apagar um início de texto muito ruim. Eu queria fazer algumas frases de duplo sentido sobre estar preparado. Mas não consegui. Acho que a minha competência de escrita escorreu pelo ralo junto com a água dos banhos que eu tomo. Não sei se isso é algo natural, se os rombos de inspiração são mesmo freqüentes, se são previsíveis, não sei. Sei que ontem tentei escrever um poema. Até consegui. Mas ficou medíocre. Medíocre com M maiúsculo. E agora estou escrevendo mais um texto que não aparente estar muito bom.

Vou confessar para vocês. Não foi a minha inspiração que morreu. Quem morreu foi o meu personagem. Era sobre aquele cara que eu escrevia. Aquele apaixonado inveterado, que não via mais nada na frente que não fosse o seu amor. Mas o homem morre junto com a paixão. E mataram a paixão. E mataram aquele homem. O que sobrou foi o alguém que servia de instrumento. Sobraram as mãos que tocam o teclado. Só sobrou isso. O amor foi. A paixão foi. E ficou esse alguém.

Pense numa cabeça. Isso eu tenho. Pense num coração.

Palavras medíocres.

3 comentários:

Anônimo disse...

Acho que ninguém tem inspiração o tempo todo, por mais apaixonado que possa estar.

Fica tranqüilo que a inspiração volta.

(Mas não vá deixar de tomar banho por isso.)

Ana disse...

Você também tem.
E na minha opinião, maior que a cabeça - e olha que ela não é pequena.

JC,
B.B.G.P.T.M.A.Q.
:*

Régis Masson disse...

bahh essa eh uma hora perfeita pra publicar no paixaofugaz! e lá q sobretudo colocam-se tbm os restos de uma paixão

abraços