Ontem, por volta das 23h10, o Boa Vista viu algo diferente. Não, não desceu do céu uma nave espacial com algum alienígena salvador que viera para salvar a Terra da calamidade total e levar toda a nossa população a um planeta longínqüo, onde todos seríamos felizes. Também não foi Deus que desceu à Terra pra avisar que acabaria com todos os conflitos e aniquilaria todas as injustiças correntes. Simplesmente a luz apagou. Toda. Não sobrou nem luz de emergência. E com ela pararam de funcionar todos os aparelhos elétricos, eletrônicos e afins. O morador da zona leste ficou sem TV, sem PC, sem AM e FM, sem CD, sem DVD, sem nada. Tinha água gelada, mas por pouco tempo, já que refrigeradores de toda a espécie também não funcionavam. Os primeiros 30 segundos serviram para que o boavistense se localizasse no escuro apalpando seus móveis e paredes, para que tirasse seus eletrodomésticos da tomada e pensasse no que funcionaria ou não quando acionado. Passados esses 30 segundos, foi à busca de lanternas e velas. A despeito de tudo isso, a visão, nesses 30 segundos (como acontece com todos num ambiente escuro), já dilatara suas pupilas. E assistiu a um belíssimo espetáculo. Viu que não precisava de luz. A lua grande no céu era uma lâmpada de milhões de watts, iluminava tudo que quisesse, penetrava nuvens, furava bloqueios, e clareava quem quisesse ser clareado. Digo isso porque muitas pessoas não a pereceberam. Eu percebi. E me posicionei num lugar onde pudesse ver o máximo de espaço possível. E dali vi, em cada casa uma vela acendendo, o vizinho procurando os cachorros com uma lanterna, vagalumes que piscavam aqui e ali, e a lua. A lua. O escuro, as trevas, sempre foram sinônimo de sofrimento, de agonia, de solidão, do mal. Mas ontem esse escuro me mostrou que ele é, na verdade, um grande templo da imaginação. No escuro, os pontos das estrelas se uniam aos vagalumes, as velas eram respingos da tinta que iluminava os outros bairros que não tiveram a oportunidade de presenciar o show que o escuro fazia só pra nós. As nuvens pareciam uma espécie de telhado de neon, e o ar era quente, mas não desagradável. O show acabou quando a energia elétrica foi reestabelecida. Mas vive na memória de quem saiu ao relento na noite de segunda.
30 de jan. de 2007
Ontem, por volta das 23h10, o Boa Vista viu algo diferente. Não, não desceu do céu uma nave espacial com algum alienígena salvador que viera para salvar a Terra da calamidade total e levar toda a nossa população a um planeta longínqüo, onde todos seríamos felizes. Também não foi Deus que desceu à Terra pra avisar que acabaria com todos os conflitos e aniquilaria todas as injustiças correntes. Simplesmente a luz apagou. Toda. Não sobrou nem luz de emergência. E com ela pararam de funcionar todos os aparelhos elétricos, eletrônicos e afins. O morador da zona leste ficou sem TV, sem PC, sem AM e FM, sem CD, sem DVD, sem nada. Tinha água gelada, mas por pouco tempo, já que refrigeradores de toda a espécie também não funcionavam. Os primeiros 30 segundos serviram para que o boavistense se localizasse no escuro apalpando seus móveis e paredes, para que tirasse seus eletrodomésticos da tomada e pensasse no que funcionaria ou não quando acionado. Passados esses 30 segundos, foi à busca de lanternas e velas. A despeito de tudo isso, a visão, nesses 30 segundos (como acontece com todos num ambiente escuro), já dilatara suas pupilas. E assistiu a um belíssimo espetáculo. Viu que não precisava de luz. A lua grande no céu era uma lâmpada de milhões de watts, iluminava tudo que quisesse, penetrava nuvens, furava bloqueios, e clareava quem quisesse ser clareado. Digo isso porque muitas pessoas não a pereceberam. Eu percebi. E me posicionei num lugar onde pudesse ver o máximo de espaço possível. E dali vi, em cada casa uma vela acendendo, o vizinho procurando os cachorros com uma lanterna, vagalumes que piscavam aqui e ali, e a lua. A lua. O escuro, as trevas, sempre foram sinônimo de sofrimento, de agonia, de solidão, do mal. Mas ontem esse escuro me mostrou que ele é, na verdade, um grande templo da imaginação. No escuro, os pontos das estrelas se uniam aos vagalumes, as velas eram respingos da tinta que iluminava os outros bairros que não tiveram a oportunidade de presenciar o show que o escuro fazia só pra nós. As nuvens pareciam uma espécie de telhado de neon, e o ar era quente, mas não desagradável. O show acabou quando a energia elétrica foi reestabelecida. Mas vive na memória de quem saiu ao relento na noite de segunda.
29 de jan. de 2007
Mesmo com a minha má previsão de ontem, o Brasil venceu e se classificou para as Olimpíadas. Porém, uma pessoa na praia de Penha não pôde ver o jogo até o final. O seu João Luiz da Luz, que durante toda a semana havia se esforçado para construir mais um quarto e acomodar melhor seus visitantes no carnaval, tinha descansado no início da noite de domingo. Como sempre fazia, já havia preparado a refeição sofisticada que serviria para amansar os monstros estomacais da praia, onde o organismo desregula, mas o ogro da fome nunca pára. Preparara macarrão e frango no almoço, e fora advertido que não era necessário fazer mais comida. Deitou-se, e pediu para ser acordado na hora do jogo do Brasil. Mas às nove da noite já estava de pé. Perto de dez e meia avisou que o macarrão seria devorado no intervalo do jogo. Mas já aos cinco minutos do primeiro tempo, chamou pelo nome da sua esposa, e a deixou e aos seus dois filhos, além de uma legião de admiradores na escola onde era diretor e entre os amigos da sua filha. Não teve tempo de ver o Edgar desencantar finalmente no torneio sub-20, não viu todos que foram ao cemitério municipal hoje, não viu os que sorriram, nem os que choraram. Não viu as coroas nem os buquês. Não viu a filha chorando. Não viu o filho calado. Não viu. Mas estava lá. Não só deitado, com a expressão tranqüila, no centro da sala, centro das atenções. Estava vagando entre os presentes, falando de como uma estava gorda, ou perguntando porque aquele parente que nunca aparecia estava chorando tanto. Tirando sarro dos cabelos de um, batendo forte nas costas do outro. Apertando forte a minha mão. A vida dele na terra externa acabou, mas começa na terra sempre fértil da memória. É muito lugar-comum falar sobre as lições de alguém que morreu, mas faço isso de consciência limpa. Há umas duas semanas eu me lembrava da minha estadia na mesma casa que assistiu à partida de João. Me lembrava da sua dedicação, do seu zelo, sua alegria em tratar bem, em viver bem. E hoje renovo esse pensamento, tomando como aprendizado a obrigação que temos em valorizar a nossa passagem na Terra, em fazê-la a melhor possível, para nós mesmos e para os outros. Eu assisti ao jogo, mas hoje digo que preferia não ter assistido, se isso fizesse um outro alguém assistir no meu lugar. Muito obrigado, João.
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28 de jan. de 2007
Meus queridos (mais queridas, porque 99% de quem vem a esse espaço é do sexo feminino, não sei por que...), eu queria muito estar inspirado para escrever algo bem bonito hoje, domingo, pra que esse restinho de fim de semana ficasse um pouquinho mais colorido, e pelo menos a cabeça ficasse um pouco mais fria nesse calor incrível que tem feito nos últimos dias no norte de Santa Catarina. Mas eu não estou lá tão inspirado. Tem umas coisas que não me permitem ficar inspirado. Por exemplo: no fim de semana passado, meus três times venceram. O JEC ganhou do Avaí, o Corinthians ganhou do São Bento e o Brasil (sub-20, tá certo...) ganhou do Uruguai. Já nesse fim de semana, o Corinthians perdeu ontem para o Ituano e o JEC perdeu hoje para o Próspera. Não quero ser ave de mal-agouro, mas o Brasil joga hoje com a Colômbia precisando vencer pra ir pras Olimpíadas. E eu tô analisando a possibilidade de não assistir. A outra coisa que não me permite ficar inspirado é o erro de ter querido olhar a lista das atrações da versão gaúcha do Planeta. Os estimados diretores e manda-chuvas da nossa inefável rádio Atlântida pegaram a programação do Planeta de Santa Catarina e disseram: "MUA-HÁ-HÁ! Vamos sacanear!". Tiraram o Dazaranha e colocaram o Ultramen. Tiraram o Tiesto e colocaram o Fatboy Slim. Tiraram a Pitty e colocaram o Skank, e só mudaram a ordem dos demais! Conseguiram piorar uma programação que já era uma porcaria! É por isso que a Rede Globo de Televisão prefere levar a sua logística a Salvador e montar um festival de quatro dias, tirando a possibilidade do sul do Brasil mostrar a sua organização e a vibração do seu povo em rede nacional. Desse jeito, pelo resto da história a Bahia vai ser a terra dos festeiros e o lugar certo para diversão, enquanto Santa Catarina vai continuar sendo apenas um posto para abastecer, na 101, entre Curitiba e Porto Alegre. E o Rio Grande vai continuar com a fama que tem (aliás, nem vou falar da fama gaúcha). Eu sei que estou escrevendo um tributo ao senso comum, mas me digam o que preferem: Charlie Brown, O Rappa e D2 fazendo sempre o mesmo show, pela 7489474047405495ª vez, ou uma aparição de Matsiyahu, Glória Gaynor e Ben Harper? Eu estaria disposto a sacrificar o meu sono para assistir o Planeta na Globo, sabendo que o Brasil inteiro teria a possibilidade de vê-lo também. Mas com essas atrações, eu prefiro ver o especial do Pavarotti na Rede Vida, ou o show da Madonna no SBT. E dormir cedo num sábado à noite, já que anda difícil de encontrar um bom programa à mão. E Rosimeri, fale o que quiser, são essas coisas que tiram a minha inspiração.
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Jouber Castro
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26 de jan. de 2007
Enquanto você trabalha, amigo
Eu amo
E seguro firme a minha sina de paixões
Que começam e acabam
Mas nunca param
Enquanto você caminha, amigo
Eu amo
Parado, deitado ou correndo
Seguindo ou fugindo
Mas sempre em movimento
Enquanto você espera, amigo
Eu amo
E vivo cada segundo como último
Como se o amor fosse me matar
De tanto amar
Enquanto você dorme, amigo
Eu sonho
Porque amar sem sonhar
É um vazio cheio de nada
Faz parar de respirar
E faz expirar.
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25 de jan. de 2007
Ontem a noite, enquanto eu tomava banho e ouvia ao longe o segundo gol do São Paulo contra o Paulista de Jundiaí, um lampejo me alertou que hoje pela manhã eu deveria visitar o infectologista, Dr. Luiz Henrique Melo. Minha primeira consulta com o médico estava marcada para as 10h15, e eu lamentei bastante não poder dormir até o meio-dia. Mas um outro pensamento tomou conta do espaço vazio que existe na minha cabeça. Eu me considero uma pessoa saudável, apesar de estar um tanto acima do peso, coisas do joelho e tal. Mas me lembrei de todos os médicos que eu já visitei. Cheguei à conclusão que quase posso ser um dos cooperados da Unimed, haja vista a minha larga contribuição ao sistema de saúde joinvilense. Resolvi fazer a contabilidade. Tudo começou no longínquo início da década de 90, com as idas ao meu pediatra, Dr. Edson Mafezolli. Havia também a minha dentista (a qual agora me foge o nome), que sempre me atendia na sede do Sesi, na rua Ministro Calógeras, e me dava aquele flúor que tinha gosto de tutti-fruti. O tempo passou, e eu abandonei meus médicos de infância. Mas não abandonei a categoria. Começaram, em 1998, as idas ao oftalmologista, Dr. Vinícius Coral-Ghanem (contem os "istas"), após a descoberta da minha miopia num Ação Global do Sesi lá em Mafra. No início desse ano também vieram as consultas com o neurologista (Dr. Julio Koneski) e com o psiquiatra, depois de uns ataques epilépticos. Remédios e exames à parte, veio a época das visitas semanais à psicóloga (Lucia Carvalho Valente, ótima profissional). Por essa época consultei uma homeopata, Dra. Dunia Silveira, que me ajudou bastante. Sarado dos problemas de cabeça (quer dizer, sarado a princípio, porque eu devo ter algumas seqüelas), passei por um probleminha de pele, rapidamente resolvido com o dermatologista (Dr. Laerte Cascaes Lisboa). Uma otite, com o otorrinolaringologista (Dr. Udelson Duarte). Quando se começou a achar estranho o meu crescimento (vertical e horizontal, diga-se de passagem), por prevenção foi a uma endocrinologista (Dra. Sueli Keiko). E, por incrível que pareça, ela me disse que eu não tinha problemas hormonais.
Até mudei de parágrafo porque agora começo a falar dos ortopedistas. Isso mesmo, no plural. Um destroncamento de dedo com o Dr. André Demore, ainda no tempo do Hospital Dia da Unimed, entre a Ministro Calógeras e a rua Rio do Sul. Não sei se gostei do lugar, mas permaneci ali pela Rio do Sul, na COT, com o Dr. Mauro Moura, por uma quebradura em um dedo da outra mão. Gostei do lugar e resolvi ficar mais tempo por ali. Só troquei de Mauro. Fui para o Dr. Marquiotti, por uma fratura de galho verde no braço esquerdo. Já era setembro de 2003 quando fui ao IOT por umas dores nas costas. Um médico de sobrenome japonês me atendeu. Não me lembro o nome dele. Me receitou 10 seções de RPG. Antes que eu pudesse começar (quer dizer, dois dias depois da consulta), o melhor de tudo aconteceu: lesão de ligamento do joelho. Começou a supersérie com o Dr. Hamilton Ribas. Uma vez ele não estava, e numa urgência, me atendeu o Dr. Ingo Schneider. Agora, Dr. Niso Balsini. Fora isso, três consultas com três anestesiologistas diferentes, uma pra cada cirurgia, e o infectologista hoje de manhã. E o pior de tudo: tem cara de ser só o começo, já que o meu atual odontologista encontrou dois dentes a mais na minha rica boquinha, e eu devo marcar uma consulta com um cirurgião dentista. São essas coisas que devem fazer a gente valorizar a vida. A gente inconscientemente luta para mantê-la do melhor jeito possível, mas nunca pára para analisar quantas vezes já se esforçou efetivamente para isso. Minha noite embaixo do chuveiro me serviu mais que mil conselhos para aprender a valorizar a vida.
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23 de jan. de 2007
Conscientizou-se, finalmente, do fim. Cansou de não pensar. E de fugir do inescapável. Tanta convivência só servia agora para lhe dar a certeza de que Daniel também teria a dignidade de chorar o fim. Seus braços estavam sobre o travesseiro e sua perna esquerda deslisava leve no chão do quarto, mas a sua alma estava sete palmos abaixo da terra. A vida fora dividida, e tal divisão a tornara confusa. Nem se recordava mais como era estar sozinha. E maldisse a obrigação de recordar tal sensação. Esbravejava silenciosamente. Não era mais um inteiro. Era um pedaço de algo que se espatifou no chão.
Enquanto especulava a terceira cachaça de Daniel notou que realmente o conhecia (talvez mais que a si mesma). Penetrara em seus pensamentos como um bandeirante que desbravava a mata virgem. Sabia também que o queria e o carecia, mas mesmo assim não deu o braço a torcer. Via os olhos vermelhos e as frases arrastadas, o hálito etílico, um pouco por causa da pinga, outro por causa das duas noite passadas em claro. Mesmo de longe, Julia sabia que Daniel e ela ainda eram um. Duas metades separadas, mas um. E sabia que o seu lençol e o balcão do café da esquina eram a mesma arena do erro de pensar. E lembrar.
Foi quando amou. Não aventou se pela última vez, mas amou. E mais, sentiu-se vibrar como que é amado. Pensou que agora tudo estaria resolvido, e poderia se lançar da janela e voar. Esquecer. Mas quis para si a dignidade que esperava de sua outra metade. E reconheceu que pensar, mesmo não sendo solução, não era erro. Era nobreza e comunhão. Unir-se novamente a sua metade. E dormiu amando, sonhando com o passado que nunca vai voltar.
*Primeiro parágrafo: Vanessa Bencz. Oficina de Criação Literária II, 25/07/2006.
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21 de jan. de 2007
Não, não quero falar de noites e dias belos e sem fôlego. Nem do poder que os perfumes da natureza (e da mulher amada) exercem sobre o homem quando ele está apaixonado. Nem pretendo atingir o que toca as besteiras praticadas por um alguém quando está cego de sentimento, mas insone de alma. Muito menos os beijos, rápidos ou longos, que complementam as loucuras que cometemos.
Eu quero o sentimento puro, aberto, simples e compartilhado. A causa de todo o resto. O que faz as composições, que pinta os dias com cores de uma aquarela mágica. É esse sentimento que eu quero nas minhas palavras de agora e de sempre. Quero a doença do amor, e não seus meros sintomas. E quero me embebedar do seu remédio, o carinho, para ébrio poder penetrar minha própria alma e descobrir porque essa sensação intensa não se acaba, e não pára e só cresce. E, ao fim de tudo, poder contar nos dedos todos os momentos belos de irresponsabilidade pueril que pude empreender, nas minha palavras e fora delas. Quero o amor e só ele. O resto não carece. Ele me basta.
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19 de jan. de 2007
Foto de um anoitecer lindo a que Joinville assistiu ontem. E eu sei que não fui o único que o achei lindo... Né, Fran? Então vai junto um poema de noite.
Lágrimas, confissões e lamentos de uma bela noite azul
Abro minha janela
Por uma estranha sensação
Penso que a noite parece clara
E meu sonho parece próximo
Num movimento leve com as mãos
Descubro toda a beleza oculta lá fora
Numa noite azul e graciosa
E logo penso que aquilo viraria verso
Penso isso porque na fração deste segundo
Sinto um misto de algria e tristeza
E um sorriso vazio toma meu rosto
Que admira o ar anil da luz nas trevas
Levanto o olhar e vejo a lua cheia
E uma lágrima corre sorrateira
Escorre entre as marcas de todos os sorrisos
E mancha com verdade a ilusão do dia-a-dia
Com um nó na garganta, fecho os olhos
E penso em tudo que não vivi
Sorrio pelos beijos que não beijei
Suspiro pelos abraços que nunca senti
Olho para a lua e choro
Pelo vazio que me tomou e permanece
Pela solidão que corrói meu sorriso de plástico
Pela falta de quem queira meu amor
Nunca sentiram meu carinho
Nem viram meus olhos brilharem
Jamais sentiram conforto nos meus braços
Nem deixaram que fizesse seus dias perfeitos
E nessa noite maravilhosa
Sorrio sozinho
Por não ter com quem estar
Nem quem queira viver um sonho comigo
E a lua permanece lá
Para me fazer chorar sempre
Me lembrar que sorrio hoje
Mas meu dia não é feliz...
...é só.
E só.
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17 de jan. de 2007
Toda essa história maçante do post anterior, meus caros amigos, só foi descrita para respaldar a reflexão sobre as relações sociais simples. Não do que falam os sociólogos (ou os socialistas), mas dos pequenos episódios que vivemos todos os dias. Com a Vanessa, hoje de manhã, por exemplo, criei uma cumplicidade de comportamento que ainda não consegui com pessoas que convivo há anos. Como nunca havíamos conversado, eu me melindrei, pois uma conversa sem assunto é o passaporte para ser taxado de bobo (sem contar o risco de ficar procurando assunto onde não tem). Por isso me esforcei para conseguir configurar uma situação onde poderia cumprimentá-la, e abrir um precedente para novos cumprimentos no futuro. E consegui. Agora tudo fica bem.
Então eu queria agradecer à Vanessa por ter me proporcionado esse exercício de convívio social.
Vocês já notaram que as minhas paixões são meio excêntricas mesmo.
Até mais!
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Hoje é dia de falar da minha paixão pelas relações sociais. Belas e complicadas por natureza. Toda a minha reflexão começou quando, hoje pela manhã, fui ao Big, por ser o dia das promoções de frutas e verduras (aliás, não sei se meus estimados concordam, mas depois que o Big foi assumido pelos norte-americanos do Wal-Mart, tudo virou uma porcaria).
Eu caminhava com a minha adorada mãe pelos corredores bíguicos quando avistei, de costas, uma bela garota, que também fazia compras com uma senhora que aparentava ser sua mãe. Depois de olhar furtivamente mais duas vezes, como reza a convenção da sociedade*, notei que a conhecia de vista, era uma menina que estudava na mesma escola que eu e era meu contato no Orkut. Puxando um pouco mais da memória lembrei do seu nome: Vanessa. E mais. Lembrei da nossa sina histórica. É um alguém com quem me encontro seguidamente, mas nunca temos oportunidade de nos cumprimentarmos. (O caso é o seguinte: uma vez a encontrei, mas não percebi quem ela era, e acabei não cumprimentando. Ela, de orgulho ferido, muito provavelmente, fez o propósito de nem assentir mais com a cabeça para aquele "mal-educado que pensa que é alguém", no caso, eu). Comentei a situação com minha mãe, e ela perguntou se ela não era metida por natureza. Disse que não sabia, já que nunca havia conversado com ela.
Aí começou o balé. Fomos à seção de hortifrutigranjeiros ao mesmo tempo. Eu parei meu carrinho de um lado da banca das batatas (que estavam a R$ 0,38). Ela parou seu carrinho do lado oposto. Eu, apaixonado por esses joguinhos de egos, enquanto ensacava os limões a acompanhava com os olhos na região das maçãs. Fui ao carrinho depositar o saco com os pimentões, e no corredor ela veio na direção oposta, com um saco de uvas. Eu pensei: "É agora que eu vou quebrar o tabu!". Quando eu firmei o olhar, ela olhou para o lado. Comecei a me sentir um atacante que duela com um zagueiro. Quando ele vem com a bola dominada, pronto para driblar o defensor, este estica a perna, e vai embora com a bola. Ou quando o cruzamento vem açucarado e a cabeçada já está engatilhada, a cabeça salvadora intercepta a bola e arma o contra-ataque. Mas eu estava determinado. Nem que ficasse ali até as seis da tarde, eu ía cumprimentá-la e dar um belo sorriso.
Não sei se ela compartilhava da minha vontade, ou sabia da minha intenção, o que sei é que ela fez o possível para dificultar minha missão. Mas quando eu trouxe o alface ela não teve escapatória: demos de frente ao lado das balanças. Ainda jogou a cabeça para a direita, mas eu já a havia driblado. Ela, meio sem jeito, levantou o olhar e me jogou o charme característico feminino, em pequena quantidade. Eu soltei o meu "oi!" triunfante com o peito do pé no ângulo da meta de cabelos dourados.
* A convenção da sociedade é um tanto complicada, isso é fato. Tento me encaixar na condição que mais me favorece, a que mais se assemelha comigo. Esta prega que uma pessoa que se pretende elegante e educada não deve "secar" um alguém do sexo oposto de forma muito assintosa, pois tal atitude é de extrema deselegância, e pré-qualifica um futuro posível relacionamento, de cara, com uns dez pontos a menos. Bom, isso é a versão oficial. A de uso comum é que muitas mulheres gostam de ser oberservadas, e até se sentem à vontade perante situações de falta de cavalheirismo masculino. Mas eu ainda acredito num pudor feminino, não por gênero, mas por decência. Mas sou realista: a hipocrisia impera (e isso não é necessariamente ruim).
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16 de jan. de 2007
A Fran pediu, no flog dela, um texto bonito. Eu disse que no Paixão de Bolso tinha. Agora eu tenho de cumprir.
Cores, flores e palavras perdidas
O que fazer quando falta a inspiração?
Ou pior, quando ela está presente e não se apresenta
Você sabe que está ali
Sedutoramente próxima
Perigosamente frágil
Conpulsoriamente única
Estranhamente boa
Inicialmente desconhecida
Mas pronta para sair
Dar o ar da sua graça
Encher as folhas de sonhos e devaneios
De peripécias inimágináveis
Colorindo o branco frio da folha virgem
Com as experiências e os desejos de quem escreve
Numa cor intensa como o vermelho das paixões
Singela como o verde da esperança
Forte como o azul do céu prometido
Tranqüilizador como o amarelo do ouro sonhado
Unindo todas as cores de todos os sentimentos
Como um canteiro de verdades inquestionáveis
(Pois a minha verdade só é minha conhecida)
Que fazem do mundo um grande jardim de poetas
Florindo seu intelecto
Intercalado com as coisas do coração
Transformando palavras em sentimento
Tornando sonhos realidade.
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Nossos estimados coordenadores da Agência Experimental de Jornalismo Bom Jesus/Ielusc (vulga Revi), nos pediram para escrever uma resenha de algum livro que tenhamos lido durante esse último ano de faculdade, como uma espécie de "presente" aos púdicos calorinhos que ingressam na Ielusclândia no corrente ano. Eu resolvi adotar o Freud e resenhar "Mal-Estar na Civilização". Não que eu tivesse uma vasta gama de opções, já que fora esse, eu só li mesmo "A Máquina Capitalista" pra Sociologia e aquele livrinho de Redação 1 que eu não lembro o nome, mas que é do Nílson Lage. Isso é para provar que é possível sim passar pela faculdade sem absorver muita coisa. Penso que devo me formar, mas nesse toada me formarei burro.
Porém a questão não é essa. Queria falar sobre como reler algo traz à tona todo o sentimento de "como se fosse a primeira vez". Só de ler a palavra "id" escrita novamente me lembrei das descobertas da minha própria mente que fiz lendo Freud, e como isso me ajudou a entender melhor o que se passa nessa luta constante que ocorre na nossa mente o tempo todo. Mas não deu pra me iludir, ainda cometo os mesmos erros. Uma hora depois dessa minha nostálgica lembrança, meu superego não foi páreo para o instinto da gula na mesa, eu eu comi a esfiha, os pães de queijo, o bolo, a bolacha de Natal e mais um tantinho de aveia. Bem vi que nostalgia não serve pra nada mesmo.
Mas eu continuo nostálgico mesmo assim.
P.S.: o Blogger e o Firefox fizeram as pazes.
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Jouber Castro
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Na música, o Armandinho diz assim: "... e hoje eu descobri o quanto eu te quero...". A minha versão é a seguinte: hoje eu descobri que o Blogger não é amigo do Firefox.
OooO
Para quem não sabe, o Brasil empatou com o Paraguai em 1X1, ontem, pelo sul-americano sub-20. Só coloquei isso aqui porque o gol de empate do Brasil foi bem curioso. Foi marcado por um jogador do Atlético Mineiro de nome Tchô, e aos 61 minutos do segundo tempo. Tudo isso enquanto eu quase caía de sono em frente à TV.
OooO
Parece que algo bombástico vem por aí... Esperemos.
OooO
Sou só eu ou tem mais gente achando que a cobertura do acidente nas obras do metrô de São Paulo anda meio exagerada? Flashes com informações urgentes, tudo bem. Mas um jornal inteiro falando da mesma coisa, sendo que a programação inteira ja foi dedicada a isso? O coitado do âncora nem sabia mais o que falar...
OooO
Ainda sobre isso, entendo a dor das famílias que esperam o resgate dos corpos dos escombros. Mas um pingo de racionalidade nessa hora também faz bem. Quando os coordenadores das buscas avisaram que precisariam paralizá-las por três ou quatro dias, eles quase avançaram nos bombeiros e reclamaram da atuação das autoridades. Em primeiro lugar, não sou tucano nem liberal, mas que o Serra e o Kassab estão indo fiscalizar as buscas todos os dias, não dá pra negar. Por último, o que será mais de primeira ordem: resgatar os corpos das pessoas que infelizmente tiveram o azar de estar na hora errada no lugar errado, ou tentar preservar as vidas dos bombeiros e operários que trabalham no resgate?
OooO
Sabe que depois do retorno do YouTube ao ar, eu nunca mais o visitei, nem pra tomar um cafezinho? Acho que a Cicarelli estragou a minha verve de vídeos... Não faz mal, tenho outras coisas. Inclusive o vídeo dela.
OooO
Queria agradecer à Michele pelo mergulho na fotografia que ela me proporcionou ontem à tarde. Eu redescobri o site da Magnum e ainda deu pra renovar o meu álbum do Orkut com umas fotos semi-artísticas, como as dos posts de ontem e de hoje. Beijo pra ela.
OooO
іHasta la vista!
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15 de jan. de 2007
Eu confesso aos senhores: não sou fã de blogs. Sei que o futuro do jornalismo passa por algo parecido com o estilo, mas ainda não sei se é o formato ou mesmo o conteúdo que não me agrada. Essa minha incursão pelas veredas blogueiras é unicamente para satisfazer o ímpeto criativo-didático do profº Álvaro Diaz, para eu ter meus argumentos quando ele advertir que pediu seguidamente durante as aulas que tivessemos um blog, ao mesmo tempo que eu estiver me lembrando que se ele disse duas vezes, com voz baixa, numa roda de três alunos, pode-se considerar muito.
Caros amigos, ainda não sei o que serei pelas veredas blogueiras. Não sei se serei assíduo ou relapso, se sempre haverá coisas novas e interessantes ou moscas e teias de aranha no espaço.
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