27 de fev. de 2007


Ganhar? Pra que, se a graça é lutar?

Eu sei lá o que eu vou escrever hoje. O tempo está acabando, a paciência também. E a esperança, invejosa, segue a mesma sina. O grande exercício humano de elevação e superação é acreditar que as coisas vão dar certo, por mais improváveis que elas se apresentem. Acreditar no impossível. Mas a vida, do alto da sua esperteza, mostra ao homem que não dá pra acreditar. Dá dicas. Mostra uma coisinha aqui, outra ali. Só que o homem não é dos bichos mais espertos. Continua acreditando. A luz vermelha "Perigo! Perigo!" grita na sua frente, mas ele a ignora.


Ser um apaixonado é acreditar no impossível pelo simples fato de ser impossível. O apaixonado está fadado a nunca alcalçar o seu objetivo. Porque quando alcançar, perde a graça da vida. A graça de lutar. Minha maior virtude é saber que eu não vou conseguir. E mesmo assim continuar lutando.

22 de fev. de 2007


Jogado às hienas (Ou sobre como o mundo corre solto lá fora)

Me disseram que não dá pra não rir do que eu escrevo. Eu concordo. Eu mesmo, quando escrevo que estou apaixonado, rio à toa. E gargalho quando digo que me coração tem doído mais do que dor de dente. E acho muita graça nas minhas comparações. Comparações idiotas, de quem quer falar alguma coisa mas não sabe direito como. É provável, meus amigos, que se eu começar a falar sobre a indiferença do homem em relação ao seu próximo, você também ria. Se eu falar que enquanto você ri, o mundo corre solto lá fora, isso só vai aumentar seu riso. Eu posso procurar uma estatística e dizer quantas pessoas no mundo passam fome e sede e morrem sem saber porque, enquanto você toma a sua Coquinha geladinha recostado na sua cadeira giratória estofada, no seu ar-condicionado, e gargalha sem nem imaginar que o mundo corre solto lá fora. Posso falar sobre homens que matam homens, homens que batem em mulheres, mulheres que tiram filhos, homens que arrastam os filhos dos outros pela rua, outros que roubam os filhos dos outros, uns que tiram membros e comem, outros que colocam o cano de uma arma na boca por não agüentar saber de tudo isso. E você vai rir à toa enquanto o mundo corre solto lá fora. Eu talvez fale das depressões de viver nesse mundo carente de tudo, fale dos medos, das reservas, dos pés-atrás, das maldades. Talvez comente sobre o homem destruindo a sua casa, sua dispensa, seu quarto, sua sala. Destruindo a própria vida aos poucos. E você vai rir gostoso, sem nem imaginar que o mundo corre solto lá fora. Eu lamento muito, meu amigo, que você ria do que eu escrevo. Talvez você pense que eu sou um humorista. Talvez você ainda não saiba o que é realidade. É bem provável que você comente o fato de eu ter escrito que "o mundo corre solto lá fora" seis vezes, e ria da minha falta de criatividade. Eu digo que há quem chame isso de riso-solto. Eu conheço de outro jeito. Pra mim, quem ri de tudo é hiena. E a hiena é um animal muito engraçado. Você já viu uma hiena?

21 de fev. de 2007


Para o apaixonado

Viver é uma prisão
Para o apaixonado
Sem chave nem carcereiro
O sofrer redunda
O sentir invade
O fugir é nunca
E o agora é tarde

Para o apaixonado
Não o basta ser
Chorar e penar
Não é suficiente
Tem de gostar
De não ser completo
Tem de querer ser mais
Tem de querer ser um
Tem de amar
Sem ser amado
E viver armado
De amor

A poesia é indulto
Para o apaixonado
É o sorrir
É o luar
Ir pra não voltar
Mais apaixonar


A jamanta da paixão

Me perguntaram se o homem é racional ou emocional. Daí eu comecei a pensar. Daí eu comecei a sentir. E eu descobri. Descobri que para um apaixonado quanto mais pensar, mais amar. E eu sinto isso na pele. A paixão é como uma jamanta no alto da serra. Tem de dar um empurrãozinho. mas quando ela desanda, não há freio que segure. A paixão está lá, no alto da serra. O pensamento empurra, põe lenha na fogueira, manda crescer e multiplicar. E depois, quando quer controlar, é atropelado pela jamanta como um guaxinim desavisado.
Os puristas dizem que a gente não escolhe se apaixonar. Eu digo que os puristas estão empoeirados. Eu digo, e repito se o senhor quiser, que a paixão é escolha, sim. E das bem premeditadas. E eu sinto isso na pele. Escolhi ser um apaixonado, um bandeirante que apanha do mato, um sofredor. E digo que tem de ter coragem para viver assim. Para querer ser bobo tem de ser muito mais decidido que para querer ser esperto. E bobo apaixonado por escolha se orgulha e bate no peito. Fala alto: "Eu escolhi ser assim. Minha vida é carga de jamanta".

19 de fev. de 2007


O sermão do costume

O homem se acostuma a muitas coisas. E mesmo que sejam desagradáveis, acaba não se importando. Às vezes até acha divertido. Engraçado. Diferente. E outros adjetivos da indiferença. Posso citar exemplos. Eu já me acostumei a ser chamado de Jauber. Muito mais pessoas me chamam de Jauber que de Jouber. E eu atendo. É engraçado. E é bom. Eu tenho um pretexto para conversar com a pessoa. Corrijo ela educadamente e ganho pontos. Criamos um assunto em comum. Eu começo a falar dos nomes dos meus primos. Ela me fala sobre a sua amiga que se chama Eloá, e todo mundo escreve Eluá. Podemos virar amigos.
Já me acostumei a varais desfazendo meu penteado. Também meninas fazendo carinho no meu cabelo e dizendo que ele é gostoso. Aí eu digo que parece carpete. Aí ela diz "é mesmo!", e chama a menina mais próxima para fazer carinho também. Aí eu sorrio. Ela faz cara de "ai, que fofo!", e tudo fica bem. Me acostumei também a olhar para baixo para falar com as pessoas. Não que isso implique em soberba da minha parte. Simplesmente elas estão abaixo da minha linha de visão. Conheço um cara, o Leonardo, que é maior que eu. Meu pescoço dói quando falo com ele. Mas quanto a olhar pra baixo, é algo normal.
Também tenho prática em recusar. Já fiz disso um esporte. Como recuso muito mais coisas que aceito, já tenho a minha técnica de não ser rude. Sorrio, peço desculpas, e digo que vai ficar para a próxima. A pessoa lamenta, ou dá de ombros. E fica tudo por isso mesmo.
Faço tudo isso sempre. E também me acostumei à decepção. Sei me decepcionar tão bem que já faço as coisas fazendo "tsc, tsc, tsc". Já me preparo para o pior. Normalmente, me preparo corretamente. Às vezes, algo estranho acontece. E aí eu fiquei no lucro. Mas eu também me acostumei a me decepcionar comigo mesmo. Porque? Porque eu sei que vai dar errado, me preparo para dar errado, mas penso que pode dar certo, me animo, dá errado e eu fico triste. E a seqüência é sempre a mesma. Invariável. Vai ano, vem ano. Vem experiência, vai experiência. E eu continuo acreditando. E esperando novas coisas com que se acostumar. Já me acostumei a bater a cabeça na parede.

17 de fev. de 2007

Doutor?

- Com licença?
- Boa tarde, em que posso lhe ser útil?
- Boa tarde, doutor. Vim aqui porque tenho algumas dúvidas...
- Sim. O que o senhor sente?
- Bom, eu não tenho conseguido dormir.
- Hum, e o que mais?
- Eu também estou sentindo meu coração ficar acelerado, como se eu tivesse corrido dois quilômetros, uma sensação muito estranha.
- Hmmm... Certo...
- Também estou com a visão turva, e vejo uns pontinhos luminosos quando meu coração acelera. Pontos que parecem estrelas que se mexem, ou vagalumes, algo assim.
- Prossiga...
- Sinto falta de ar, parece que meu peito vai explodir. E algo muito estranho no estômago, como seu eu tivesse engolido vinte libélulas vivas.
- Correto. Continue.
- O último sintoma é o mais espantoso. Tenho sentido impulsos, doutor. Impulsos de escrever, de gritar, de pular, de sorrir, de abraçar, de beijar. Mas eles são todos alternados, meio misturados, acontecem juntos e separados, nem consigo explicar direito.
- Uh-hum. Bom, meu caro, você não está doente. Você está apaixonado.
- Sim, pela mulher mais linda do universo.
- Ué, você já sabia? Mas não disse que tinha dúvidas?
- E tenho.
- Não estou entendendo. Que dúvidas são estas?
- Eu queria saber como faço para isto durar para sempre.

16 de fev. de 2007


Alea jacta est.

"Não há limites para o homem que possui a capacidade de sonhar". Tomara que o Papai Noel esteja certo.

15 de fev. de 2007


Cheque pré p/ 22/03

A concorrência ferrenha chegou ao promissor mercado dos picolés delivery. Os consumidores joinvilenses assistem à briga de Melkbom e Picolândia pela clientela de picolés azuis. Dica: O da Picolândia é bem melhor.

OooO

Precisava registrar isso.

OooO

O duelo de egos continua no espetacularizado Bom Jesus/Ielusc. A Revi aguarda ansiosamente os comentários do professor Silnei Soares sobre a banca da monografia de Josane Muriel.

OooO

Ontem a rede Bonja caiu. De novo. Assim como a auto-estima do torcedor do Joinville Esporte Clube.

OooO

Hoje vou à rádio Globo AM. Leiam a matéria sobre o dia do repórter na REVIsta Eletrônica, amanhã.

OooO

O carnaval chegou. Por isso, nós, que sempre vimos o carnaval passar sem nem poder correr atrás dele, fundaremos a irmandade Cavaleiros da Monotonia. Quem sabe um dia façamos um desfile no Carnaval de Joinville, ali na Abdon Batista.

OooO

Minha coordenadora Izani Mustafá acaba de me ligar. A ida à rádio Globo AM foi cancelada. Mas leiam a Revi do mesmo jeito. Haverá matérias sobre outros veículos.

OooO

Sei lá o que está acontecendo.

OooO

Perdão a quem tem procurado os outros blogs. Tá bem difícil de achar tempo e criatividade para postar. Desculpas também aos companheiros de blog, e aos que não tenho comentado.

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Meu amor, atrás dessa lente tem um cara legal.

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Como o tempo passa. A Páscoa já chegou.

OooO

Tchau.

13 de fev. de 2007


De como ser um poetinha

Nos rombos de inspiração, segundo o grande pensador Álvaro Diaz, podem surgir grandes escritores. Eu começo a pensar que não consigo ter boas idéias de manhã. Pelo menos não antes do almoço. Esse novo costume - já que as férias acabaram - de escrever ali pelo meio-dia, tem me prejudicado literariamente. Eu explico: sempre fui um alguém acostumado a escrever de noite, no horário em que supostamente deveria estar dormindo. Pois então a seqüência natural das coisas é bocejar, deitar, bocejar de novo, fazer uma oração, colocar o celular para despertar, se revirar na cama, pensar "uma música ía bem agora...", ouvir umas duas músicas, pensar "quem já perdeu meia hora de sono pode perder mais meia hora", pegar o papel e tentar escrever. Ontem mesmo eu tive uma ideia muito boa, a executei, e fiquei quinze minutos desenhando no papel até ter inspiração para ter uma outra idéia, que ficou quase melhor que a primeira.
Outro dia eu conversava com o Charles, e ele me perguntava se eu guardava tudo que escrevia. Eu disse que sim, e recomendo isso para todo mundo. Já tive bolhas de criatividade durante a noite, em que eu escrevia dois versos, olhava para o papel e tinha vontade de vomitar ali na cama mesmo. Dali três dias, pegava os mesmos dois versos e escrevia um poema mui autêntico, bem melhor que vários escritos de uma só vez, em verves incontroláveis. A emoção lírica deve ser sempre guiada por uma racionalidade mesmo que latente. Não é possível abrir o coração e deixar a mão fazer o trabalho sozinha. O nosso parnasianismo enrustido deve exigir um mínimo de esmero plástico, procurar musicalidades, novos sons, novas combinações de palavras, e isso só se consegue pensando. Ou vocês acham que Mário Quintana fechava os olhos e escrevia?
Pois eu confesso aos senhores que já fiz isso. Escrevi poemas de olhos fechados, de luz acesa e luz apagada, já escrevi no planalto, na praia, em casa, num arrozal, num banco de faculdade, no sítio, andando na rua (andando mesmo, sem parar), numa sala de faculdade e aqui, nesse computador, os meus primeiros. E garanto: inspiração não escolhe hora nem lugar. Ela só vem. E não tem nada no mundo pior que ver uma idéia passar voando na sua frente e não ter papel e caneta para capturá-la. É como ver o seu amor passando na rua e não ter voz para gritar o seu nome.
Outro bom conselho é ser organizado. Eu tenho aproximadamente 145 poemas, mas todos estão catalogados, todos tem data, tem destino, tem nome e estão padronizados. Talvez isso seja transtorno obssessivo meu, mas que facilita bastante uma busca, ah, isso facilita. O que deve ficar bem claro - ou escuro, porque quase sempre escrevo à luz azul do celular ou outros aparelhos luminosos - é que a maioria dos meus poemas foram escritos substituindo o sono, ou convivendo com ele. Isso faz com que a poesia mude a minha vida, influa no meu cotidiano. Ela exige sacrifício meu para escrever. E isso faz com que se crie um carinho especial pelo que se escreve, pois você sabe que não foram só as suas palavras que foram postas ali: é a sua vida retratada, impressa, eternizada. São seus minutos, um pouco da sua alma refletindo a luz no papel. E é isso que vale.

9 de fev. de 2007


Porque é bom estar enamorado, meu amor!

O que há de estranho em estar apaixonado é que tudo se torna diferente. Agora, imaginem: o que dizer de mim, que estou sempre apaixonado? Há algo que seja normal, para que se torne diferente? Eis uma resposta que já não tenho há um bom tempo.
O que há, de fato, é a paixão. Que tira o sono. E que quando dá sono, é só para fazer sonhar. Que faz escrever, que faz pensar, faz acreditar, sorrir, chorar, amar. E como é bom amar. Nem as decepções tiram o meu otimismo. Um suspiro continua valendo mais que um lamento. Ainda vale a pena se jogar num abismo em prol de um sentimento.
E como bom (ou mau, já que essa é uma doença da qual não quero sarar) apaixonado, já tenho meus sintomas. O coração acelera, apesar do clichê, quando o meu amor passa em minha frente. Meus hábitos já são diferentes: já perco o sono escrevendo, ou só sonhando acordado. Já não controlo meus olhos que sempre o procuram. Ainda domino um pouco as palavras, mas logo sei que não serei mais dono da minha voz. Sei que logo quem vai falar é esse ente que vive dentro de mim, alimentado por cada sorriso do meu amor, cada olhar do meu amor, cada passo do meu amor. A minha boca só servirá para beijar o meu amor e transmitir palavras do ente. E eu, doente, me curvarei à paixão que me dominará, me terá e me fará realizar tudo em seu favor. Em favor do meu amor.

Meu amor, o dia da paixão vem chegando.

8 de fev. de 2007


Pra Alvariar...

Hoje, segundo as más línguas, é o primeiro dia que esse nosso Paixão de Bolso vai exercer a função para o qual foi criado: atender à verve didática do professor Álvaro Diaz. Pensei em escrever algo mui belo para deixá-lo impressionado, falar sobre a origem da vida, sobre a importância semiológica do signo que o silêncio pode representar na nossa lingüìstica diária, ou simplesmente falar sobre como a palavra é onipresente durante toda a nossa existência.

O tempo de postagem me corrói, pois logo devo almoçar e rumar ao Bom Jesus/Ielusc para exercer minha função na gloriosa Agência Experimental de Jornalismo. Mas penso que ainda posso refletir sobre as relações de ensino.
O nosso magnânimo professor nos pediu, muito à socapa, que fizéssemos um blog e o atualizássemos pelo menos uma vez por semana, como já descrevi na minha apresentação em janeiro. Porém, é bem claro que não o fez em voz mui alta, e em espaçadas oportunidades, fazendo com que boa parte dos nossos colegas nem se lembrasse desse pedido. Porém, o regime estabelecido define que um pedido de um professor (mesmo que de um semestre para o outro, de um ano para o outro) seja atendido prontamente, já que é ele quem pode impor as sanções a quem não atende seus pedidos (ou ordens, depende do dia e do humor). Por isso vi, durante nossas férias, os bolonenses se coçando para encontrar fotos que fossem interessantes, escrever algo que fosse instrutivo e que demonstrar a cultura que adquiriram durante (e antes) da faculdade, por meio de textos autorais. Ponto.
As questões se seguem: fizeram de boa vontade ou apenas por obrigação? Fariam se não fosse um pedido/ordem do nosso Guia, sua camisa da Holanda e seus óculos escuros? Há o que no estúdio de fotografia: medo, respeito ou indiferença? Os que se sentam nas cadeiras de plástico assentem ou obedecem quem se senta na cadeira estofada?
Mais um semestre começa, e nós esperamos ter as respostas no decorrer dos próximos meses. Queremos aprender, mas não só na experiência. Queremos ver como aprendemos (no caso de hoje, como aprenderemos). Queremos ter um plano de desenvolvimento intelectual, ou mesmo saber o que estamos fazendo. E queremos resultado.

7 de fev. de 2007


Os 60 séculos de um minuto

Esse tempo não passa
Não passam as dores
Nem os amores arrependidos

Passa a paciência
Esgota mais a cada segundo
Seculundo quase infindo

Ainda espero o dia da mudança
Os novos ventos
Amores leves
E infinitos

E enquanto passam os séculos
Vagarosamente
Passam maus passos
Lívidos à procura
Do tempo perdido
Do amor perdido

E se eu encontrar a paixão
Perguntarei seu paradeiro
E por que tanto me seduz
Se sempre me abandona
Frio e sozinho

3 de fev. de 2007


Everyday by day

Uma poesia por dia

Um surto lírico fático
Incontrolável

Cada vez que o sol se deita atrás da serra

Eu me deito no meu berço de sonhos
E deito sonhos no papel branco

Enquanto espero

Nada há nisso
Que não seja falho
Fraco e inocente
Mas puro

Até o dia em que o papel acabe
Que o sono chegue
Que o tinteiro seque
Que o sol levante
E que o sonho acabe

2 de fev. de 2007



O Google e eu vamos conquistar o mundo

Estava aqui sentado em minha cadeira giratória, esperando ser ungido por um pingo que fosse de inspiração, quando não sei de onde me lembrei de fazer algo que faço de vez em quando: para medir meu grau de ascensão na vida, abro o Google e digito
"Jouber Castro". Às 15:39 dessa belíssima sexta-feira ensolarada, o Google apresentou 85 resultados para o meu nome. Vi que estou melhorando. Comecei a contabilizar a partir dos 13 resultados considerados mais relevantes, já que uma boa parte dos demais são as matérias que eu escrevi na Revi (acho que a pessoa que acompanha esse Paixão de Bolso já percebeu que de vez em quando eu estou contabilizando alguma coisa; tal costume é efeito de duas características minhas: 1. tempo abundante nas férias e 2. desvio mental). Dois resultados são aqui do próprio Blogger: meu perfil e o perfil do Juciano, já que meu nome ainda está no Observatório. Dois outros resultados são de postagens minhas nesse mesmo blog. Um comentário no blog da Fran, duas matérias da Revi, duas atualizações do fotolog e dois posts aqui do Paixão de Bolso. Mas dois resultados me chamaram muito a atenção.

Um é a
lista de pontuação das Olimpíadas de Matemática de 2006 da Universidade de Antioquia, onde um cidadão chamado Jouber Castro Marin, que cursa(va) a sexta série numa escola da cidade de El Peñol, na Colômbia, foi inscrito mas não prestou a prova. Uma prova cabal de que Olimpíadas de Matemática são um saco em qualquer lugar do mundo.

O outro é uma
notícia do jornal A Notícia de 10 de agosto de 2003, que segue aqui na íntegra.

"As escolinhas de futebol em gramado sintético do Sesc de Joinville participaram de festival em Florianópolis, e garantiram um troféu de campeão e dois vice. A conquista joinvilense foi invicta na categoria B de 11 e 12 anos com os atletas Vinícius Pereira, Marcel Saragosa, Jeferson Decom, Renato Carvalho, Stevan Müller, Fred de Oliveira, e Luís Nascimento Júnior. Na A até 10 anos, Joinville foi vice com Stefano Lazzari, André Mezzari, Tiago Locatelli, Danilo Yanke, Calil Folster, Tiago Gaertner e Paulo Miranda. Na C de 13 a 15, foi vice com Jefferson Fernandes, Jouber Castro, Paulo Miglioli, Marlon Mohr, João Viese, Vinícius Araes e Luís de Souza".

Sim, senhor. Esse é sim o primeiro registro do meu nome num jornal. E nós fomos a Florianópolis, e naquele torneio eu fiz um gol contra Brusque, de pênalti, que aliás nos levou à final. Saudade bem grande. Então essa é a minha dica do dia: procure seu nome no Google de vez em quando.

1 de fev. de 2007



Sobre o cá estou

Eu estou aqui.

O calor impera nos trópicos, a vida segue. Minha perna não pára, minha mãe chega, meu vai e vem, a música toca. E eu estou aqui. O Aldo e o Arlindo se resolvem por lá, o Collor bate nas costas do ACM, o Palocci fala com o Genoíno, o Christian vai pro Inter, o Ronaldo vai pro Milan, um jogador do ASA de Arapiraca morre num hotel. E eu estou aqui.

Minha família vai por lá e por ali, meus amigos por cá, mas mais lá que aqui, ou eu cá e eles lá, ou por mim, eles onde quiserem. E eu estou aqui.

Durmo ou não. Como ou não. Falo ou não. Grito ou não. Gozo ou não. Mas estou aqui.

O juiz expulsa três, outro esquece a bola. A bola, num lugar tem duas, no outro, uma que pára onde não devia. A bola lá, e eu aqui.

A Ana Carol escreve um texto lindo. E eu a adoro daqui.

A Eva faz um blog e me pergunta coisas. E eu sorrio daqui.

Uma caloura me pergunta sobre o trote. E eu respondo daqui.

Você me lê e me acha repetitivo. Eu dou de ombros daqui.

E daqui espero.

Eu decidir.
Se são frases.
Ou são versos.